terça-feira, 2 de março de 2010

Racismo, Governo, Miséria,Tráfico, Jovens e Corpos no chão!


Quase não via o futuro em sua frente e nem ligava pro seu passado
Sempre almejou um viver diferente, de tapa na cara e bico calado.
E quando a panela cheia de espaço deixava seus pais naquele embaraço
Subia no ódio às 3 da manhã, pra trazer pra família o café da manhã.
Seus espelhos na esquina em pleno movimento
Aqui em baixo é o crack quem dá o sustento.
Mas, não foi ao espelho, foi à feira
Dez reais na carteira.
Não está de bobeira
Passou da fronteira.
Abriu sua mente
E seguiu em frente.
Do balaio de umbu fez o dinheiro do pão
Tirou a imagem da fome da cara do irmão.
Teve instrução, mas, instrução sem base é ilusão
ONGs, Programas, Governo, nunca lhe deram a mão.
Pra quem vive entre o crime, tem aquela opção...
Se jogou, se rendeu não agüentou a pressão.
No dia seguinte, boné na cara e seu velho blusão
Na esquina, plantado e vendendo pedra aos irmãos.
O nosso Governo? Nem viu a bala furar seu coração
Perdi um amigo, um aluno, um irmão!


Dedico a Augusto, um irmão que foi meu educando no Programa Jovens Baianos em 2006/2007, assassinado em 2008. sua família não teve a mínima assistência, seu corpo ficou exposto por mais de 8 horas, como se fosse pra servir de exemplo...como os da Praça da Piedade no passado!

Fábio Lira,

quem deu esse poder a eles?


Contradições brutais no seguimento
Manipulando a fé e o sentimento
Doutrinas arquitetadas na escuridão
Palavras de Fé, ou de manipulação?



Fábio Lira,

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010


Pra a gente ver!

Eu vi o céu mais perto, pelo olhar de um irmão
O lago-mar, o orvalho, a lama no chão.
Alguns com dor, outros no alto do condor
Mas por amor, com fé, com tradição e cor.
Faltar respiração na altitude do medo
Sobrar inspiração, admiração e respeito.
E ver o céu tão lindo, quanto perto
Estar em comunhão no meio do deserto.
Falar junto “cum ocê”, e “hostê” falar comigo
Para o frio... O cobertor, no abraço... Um abrigo.
Jogar pra cima o tempo e o amor que já se foi
E lá em Machu Picchu, ser um só nós dois.

Palavras dedicadas a um grande irmão, de muitas jornadas que já foram,
E de muitas que virão Jamerson Silva.