quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Eu Amo Você!


Sofro sem sua presença, saiu como se fosse voltar logo, mas já tem mais de um mês. Mesmo não estando aquí, sinto sua energia, seu calor. E te espero como se tivesse sido ontem que você saiu, penso que vou abrir o portão pra vc de madrugada, mas você num chega.
Você deve ter passado por várias mãos, muitas devem ter te machucado, mas isso vai passar, e você tem que ser mais forte quando voltar pra quem te ama e te considera de verdade. A gente vai estar lado-a-lado, vou lutar todo dia pra que os erros não se repitam.
Nunca pensei que te amasse tanto...
Imagino seus olhos castanhos me olhando, seu sorriso que alegra os ambientes, desde a infancia(você aprontava muito!) já ví você chorar, sorrir, brigar, bater ,apanhar, e sempre se reerguer depois.
Mas sei tudo vai acabar bem! Te amo meu irmão, você Eric Muller Alves de Lira, é meu amor também!
Nego, Abraça com força sua vitoria, e mostra pra eles toda a sua gloria, que o brilho branco vem de suas mãos!

quinta-feira, 16 de abril de 2009


Quem num tem colírio usa óculos escuro, ou finge que num vê!

Olá,

Dessa vez venho expor um pensamento sobre a nossa justiça, que tem uma curiosa cegueira, que vai e volta dependendo de quem estiver sendo julgado (a). Lembro-me de alguns promotores e políticos(que deveriam ser exemplos de conduta... rsrsrsrs...) matarem dentro de lojas de conveniência, em postos de gasolina, em suas cidades, se envolverem em casos de pedofilia, seqüestros, venda de sentenças, propinas, é... Realmente eles são justiceiros.

Hoje pela manhã ao acordar vi num jornal da TV, um caminhoneiro preso em flagrante por tentar subornar policiais com R$ 100, está detido e aguardando a decisão do “juiz” (é com letra minúscula mesmo) com certeza esse pai de família que estava fazendo o uso de “rebite” pra se manter acordado, é claro que ele estava colocando em risco a vida dele e a dos outros, mas quem são os donos de empresas que querem suas cargas imediatamente entregues a qualquer custo? Quem vai sustentar a família desse cidadão se ele num fizer a entrega a tempo? E o melhor...se esse suborno fosse maior e direto na mão do juiz? Hum...já sei! E vocês também sabem!

Fico indignado com essa merda de justiça onde os pobres são julgados pelos seus crimes (às vezes o roubo de uma margarina...) e os ricos e poderosos, simplesmente pelos seus cargos e/ou sobrenome. É lamentável saber que “Roubando Collor de Mello” seja ainda hoje senador da república, depois de tantos crimes. E o nosso maravilhoso e poderoso “Renan Calhorda” que tem imunidade financeira (às custas do dinheiro público) e ainda tem o seu fiel escudeiro nosso presidente do STJ, “ Gil MAL Mendes” , que já deve ter em suas gavetas, alvarás de solturas prontos e com o nome de seus pupilos, pra qualquer problema eventual (é ou num é Doquinha?).

Pêra aê! Acho que acabei de entender...

Num é pra prender ninguém não, é que pobre serve pra encher cadeia pública, e cadeia publica entupida de gente explode, se explode, então tem que privatizar e construir novas cadeias (as de luxo, cheias de tecnologias, tipo PRISON BREAK ou OZ), se tem que construir novas cadeias a gente chama quem? As grandes empreiteiras e construtoras, que são de quem? Dos grandes políticos e empresários desse País, ah...to sacando, e você?

Aí começa a briga interna pra quem vai ganhar o que de presente, vem o IBAMA pra liberar áreas de proteção ambiental pra construção (acho que é pra proteger alguns interesses verdes R$..) vem a OAB, vem a própria justiça(que é cega, mas tem que ficar rica também, antes que acabe o mandato), vem PMDB, DEM (nova abreviação para a palavra DEMÔNIOS), PDT, PC de num sei o que? e por aí que vai.

E o cara que roubou a margarina, o que tirou a casca da árvore pra fazer um chá, o que dirigia o caminhão e tentou subornar, eu, você, nossos filhos, amigos, e parentes, vamos sendo massa de manobra pros caprichos da NOSSA CEGA JUSTIÇA, que financia a impunidade de políticos e empresários medíocres que destroem nosso Brasilzão.

Vou aqui, estou irritado até por escrever esse texto, que porra é essa? Que mundo é esse?

Eu vou dizer só mais uma coisa, “quando a porra estourar eu sei, de que lado vou estar”. Ou com as FARC, ou com algum similar (entre aspas, frase de MV Bill, que me conforta).

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“A nova ordem depende de nós, no geral a mudança vem de dentro pra fora, mas acho que a nossa vem da “margem” (de marginal ou jogado à margem) pra o núcleo.”

Fábio Lira, ativista por instinto, músico e poeta por dom.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Vai lá conferir ao invés de acreditar na Globo!

Olá!

No dia 18/03/2009 fui participar de um estágio de vivência num acampamento do MST junto com alguns estudantes da UFBA. Foi uma experiência maravilhosa que me deixou renovado pra enfrentar essa batalha do cotidiano, onde tenho que lidar com problemas familiares, financeiros, amorosos, sociais e principalmente os problemas raciais (que são os piores, por serem velados).

Mas vou falar sobre a vivência com o MST, cansado de tanto ouvir a “Rede Bobo” e outras emissoras e espaços de mídia, tentar colocar por osmose na minha cabeça e na cabeça de todos os brasileiros, que o MST é um rebanho de ladrões de terra, arruaceiros, traficantes, assassinos e... #*%&!##$ (nem vejo mais a globo falar sobre o maníaco da serra elétrica, o tal Hildebrando Pascoal, Deputado Federal do estado do Acre), resolvi buscar saber o que é o MST, e como vivem as pessoas nos assentamentos e acampamentos.

Rolou essa grande oportunidade e eu agarrei logo, pedi dinheiro emprestado pra ir, me desdobrei, mas fui. Um amigo chamado Sidney Matos (autor do documentário “os crentes daqui”) foi quem me indicou o estágio de vivência (fui na sede!).

Ficamos no primeiro dia no assentamento de “Pedrinhas” onde tivemos místicas, grupos de estudo, dinâmicas, nos conhecemos, e decidimos quem ia pra onde. Fiquei no acampamento Recanto da Paz, que é liderado pelo Sr. José Silva, uma pessoa muito simpática que me contou muita coisa sobre o MST e sobre as mazelas que já passaram e passam as pessoas que ali vivem.

Lá conheci também um outro senhor, o Sr. Damião (dono de um morro gigantesco, e líder do assentamento de “Panema”) que nos falou sobre como é que determinadas pessoas da hierarquia do MST tratam a base que os sustenta. Quero deixar claro que não estou aqui pra defender os líderes do MST, mas sim às famílias que formam a linha de frente desse movimento que luta por uma reforma agrária justa para todos. Famílias como a de Genivaldo e Aidil, Sr.Wilson, Lobisomem (foi assim que o conheci) e etc.

Passamos 5 dias lá, e com meu “sensor aranha” fui percebendo várias coisas como:

1-Alguns moradores de lá, antes haviam morado em Cajazeiras (bairro onde moro).

2-Um dos “cabeças” do conselho de moradores do bairro onde moro, Waldir tem um terreno dentro do acampamento e também ocupa um cargo de diretor social da associação de lá.

3- O seu principal comparsa “Benedito” (também líder do conselho daqui) é dono de um bom terreno lá (logo ele que tem churrascaria, colégio de segundo grau, espaço de show, mora na Paralela e anda de Vectra zerinho?).

4- Uma senhora muito simpática chamada “Tia Sabina” (num sei tia de quem!) que tem uma creche aqui, tem um monte de ligações políticas e alguns patrimônios, também tem terreno dentro do acampamento do MST.

Essa foi a parte ruim da vivência, pois me bater com essas pessoas lá me deixou extremamente indignado. A parte boa foi que conheci gente honesta, trabalhadora, educada e inteligente, que apesar de viver numa situação de calamidade ainda conseguem sorrir, trabalhar, contar piadas e criar com dignidade os seus filhos.

Lá meti a mão na massa (fui pra somar e não subtrair, como pude perceber de alguns conterrâneos), cavei o chão, carreguei terra pra barragem que estava sendo construída, ajudei a botar água todos os dias pela manhã, e ainda de quebra ajudei na construção de uma casa de taipa.

Á rede Globo de Televisão e suas afiliadas, além de outras emissoras e outros veículos de informação que insistem em prejudicar e tentar diminuir a imagem do MST deixo a proposta: “Vem pra base sentir o suor, a mão calejada, o sol batendo e queimando a cara em pleno o meio dia, vem plantar pra ter o que comer, dormir no chão junto ao barro, carregar água nas costas, construir sua própria moradia, viver quase de esmola do governo, e arriscar suas vidas pelo que é direito básico de qualquer cidadão, o de comer, viver e trabalhar. Ao invés de ficar daí da emissora, manipulando informação e tentando confundir a população. pobre a lutar e difamar os seus, simplesmente, em favor dessa pequena parcela milionária da população, os grandes empresários, políticos e herdeiros das capitanias hereditárias.

Fábio Lira, ativista por instinto, músico e poeta por dom.


quinta-feira, 26 de março de 2009

Divido com vocês, o 1º de muitos dos meus pensamentos. "Da fé ao pó"


Da fé, ao pó.

Olhando o chão rachado, penso que o mundo começou a acabar, por aqui.

Na falta de chuva, que deixa a sede comandar o chicote, que agride ainda um pedaço dos quilombos.

Na cara do sofrer, que se revela na face de cada um, aqui onde o sol mexe com a mente nordestina.

Ah... Mas percebo luz aqui, não aquela elétrica, mas, a luz divina!

E depois do meu dormir, no escuro de uma noite abençoada, nos braços de um chão amigo, que se tornou meu único conforto, percebo que na verdade um mundo não começou a acabar por aqui.

Está acabando nos olhos de quem se deixou levar pela ganância, e não vê o respeito, nem a justiça, nem a compaixão, nem o principal, o amor.

Ó meu Deus! Essa tecnologia, essa pobreza de espírito, essa loucura de viver no espaço, essa venda da fé, um mundo racista, podre e cheio de ódio!

Ah... Mas percebo luz aqui, não aquela elétrica, mas, a luz divina!

Desnutrição? Desvia o Velho Chico! Vem Carro-Pipa, molha o pedacinho da alma de cada filho de Deus aqui.

No mês de Junho sorrimos como ninguém, o resto do ano, choramos pra irrigar a terra, até que as lágrimas acabem e dos olhos saiam pó, e ao pó voltaremos.

Voltaremos pra arar a terra, pra tentar plantar, pra andar por esse mundo afora e falar sempre do nosso nordeste, esse nordeste lutador, nordeste de Lampião, de Antonio Conselheiro, de Luiz Gonzaga, de meus pais, de seus pais, e de todos nós!

Fábio Lira 02/12/2008 (Sem a sua paz, não haverá paz para os outros!)